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Eu sei que atrás deste universo de aparências, das diferenças todas, a esperança é preservada. Nas xícaras sujas de ontem o café de cada manhã é servido. Mas existe uma palavra que não suporto ouvir, e dela não me conformo. Eu acredito em tudo, mas eu quero você agora. Eu te amo pelas tuas faltas, pelo teu corpo marcado, pelas cicatrizes dos beijos que tua boca prova, pelas tuas loucuras todas, minha vida. Eu amo as tuas mãos, mesmo que por causa delas eu não saiba o que fazer das minhas. Amo teu jogo triste. As tuas roupas sujas é aqui em casa que eu lavo. Eu amo a tua alegria. Mesmo fora de si, eu te amo pela tua essência. Até pelo que você poderia ter sido, se a maré das circunstâncias não tivesse te banhado nas águas do equívoco. Eu te amo nas horas infernais e na vida sem tempo, quando,sozinha, bordo mais uma toalha de fim de semana. Eu te amo pelas crianças e futuras rugas. Eu te amo pelas tuas ilusões perdidas e pelos teus sonhos inúteis. Amo teu sistema de vida e morte. Eu te amo pelo que se repete e que nunca é igual. Eu te amo pelas tuas entradas, saídas e bandeiras. Eu te amo desde os teus pés até o que te escapa. Eu te amo de alma para alma. E mais que as palavras, ainda que seja através delas que eu me defenda,quando digo que te amo mais que o silêncio dos momentos difíceis,quando o próprio amor se perde em palavras tolas.

Clichê dizer que ainda sinto tua falta, retórica frase de eu te amo.
Já se passaram um ano, e tudo já ficou pra traz, em teus pensamentos,
Outros planos, em teu coração outro amor.
Tanto tempo faz que vi em teu olhar a vida perfeita que nos esperava e guardo a impressão
de que já vi passar . Um ano sem te ver, um ano sem te amar.
Não cabe mais em ti a nossa historia, nada de lembranças, nada de contato.
Do nada nos conhecemos, pro nada voltamos.
No entanto, a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida.
 Cintilante aurora que cobre quem te rodeia mesmo aos cegos de espírito
que não a sentem. Clichê ou não saudade é a única definição pro que restou. O que me importa é confessar-te uma vez mais...
Não sei amar na vida mais ninguém.

Saudade é o não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Não saber como recuperar um espaço que nunca nos pertenceu.